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sábado, 16 de julho de 2011

Filha e neta do Iraque moderno


Mayada, Filha do Iraque - Jean P. Sasson


Mayada, relata a história verídica de Mayada Al-Askari. Apesar de pertencer a uma influente família iraquiana, ela foi presa e torturada pela polícia secreta de Saddam Hussein sob a falsa acusação de imprimir propaganda contra o governo em sua gráfica. Existem muitas especulações ao redor do mundo sobre as crueldades de Saddam Hussein. Em Mayada: Filha do Iraque, as especulações deram lugar a fatos verídicos através da história de uma mulher que conheceu profundamente o regime de Saddam e o terror. Viveu sob a intimidação e o silêncio impostos pelo tirano e viu de perto como o país se transformou em uma das maiores ditaduras da história contemporânea. A sensibilidade da autora, sua intimidade com a personagem e com os cenários que retrata tornam o livro uma obra apaixonante e inesquecível.




Se tem uma coisa que se possa dizer de Mayada, é que ela é uma sortuda. Ter passado por tudo aqui é saído praticamente intacta, só para alguém tão privilegiada quanto ela, neta de duas figuras históricas iraquianas.

Intercalando o relato da prisão de Mayada com histórias de sua vida até então, a autora, já muito conhecida aqui no blog, revela uma realidade recente do nosso planeta, e quem ainda não achava que a execução de Sadam Hussein foi muito merecida e que deveria ter acontecido já há muito tempo, vai mudar de ideia (Na verdade, gostaria que a sentença tivesse se estendida a alguns outros membros da família dele, como você vai perceber ao ler o livro).

Bom, depois da indignação e do forte sentimento de impotencia que senti com os relatos, principalmente das mulheres-sombras, e de não ter entendido bem a questão do ex-marido de Mayada, até que é um bom livro. E vou dizer de novo, é recheado de histórias que fazem qualquer um querer assassinar alguém com as próprias mãos.

O final, como não podia deixar de ser foi alegre para Mayada, que nãopoderia ter ajudado a escrever esse livro se não fosse assim, portanto não é spoiler. Agora, o que eu queria mesmo é saber o que aconteceu com o restante das prisioneiras da sela 52. Acho que só depois da morte saberei o que aconteceu...

Enfim, como nãoé um romance de banca, não posso colocar aqui o link do e-book, que eu nem sei se existe, mas procure pelo livro, apesar de ser desprovido de fotos, é bem organizado e de fácil leitura. Eu estou trocando o meu, se alguém quiser...

Mil beijinhus e até a próxima!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Outra Vez Cabul

Mulheres de Cabul - Harriet Logan


Um desejo quente suficiente para atravessar os anos e derreter as areias do tempo. Jasmime Devi está ávida para começar a descobrir artefatos em uma expedição de campo para Giza. Mas encontra uma câmara escondida e um bracelete antigo que pode mudar a vida Egyptologista para sempre.

O rei Okpara é chamado pelo tempo para parar o que ele acredita que alguém está roubando a jóia sagrada da sua antiga rainha. Quando ele encontra o bracelete firmemente preso ao pulso de uma mulher de beleza impecável, seus planos mudam.
Acreditando que Jasmime está destinada para ser sua nova rainha, Okpara precisa usar toda a sua habilidade para convencer ela de voltar com ele no tempo.

Okpara quer conquistar sua confiança e suprir seus desejos mais íntimos, como pode Jasmime recusar?



Mais um livro de Cabul, capital da, popularizado após o livro de Khaled Hosseini, um assunto para outro post.

Mulheres de Cabul é um livro curto, de rápida e fácil leitura, por ser quase que exclusivamente um livro de fotografias, seguidas das respectivas histórias.

Uma impressão que eu tive ao lê-lo foi que havia muito mais histórias e detalhes que não apareceram no livro; como se este fosse apenas um complemento.

Ainda assim, as histórias são tocantes, de mulheres oprimidas que não se deixaram abater e foram à luta. Muitas vezes apenas pelo sustento dos filhos precisaram apelar para a clandestinidade, já que seu governo proíbe o trabalho por mulheres (alegando que a ajuda a essas viúvas 'cairia' do céu... algo que acontece o tempo todo, é claro ¬¬)

As fotos nos permitem ver seus rostos, alguns escondidos por trás do véu, mas sobretudo nos permite vislumbrar suas realidades, dando uma identidade aos relatos que percorrem o ocidente.


Mil beijinhus e até a próxima!
PS: Hoje é um dia muito difícil para mim, pois minha hamster morreu essa manhã; Eu te amo, Kotoko!!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nada de Romance 3



Prisioneira em Teerã - Marina Nemat


Era o tempo da brutal Revolução Islâmica do aiatolá Khomeini. Marina Nemat tinha apenas dezesseis anos quando foi presa pela Guarda Revolucionária do Irã por ter iniciado uma greve escolar. Levada para Evin, a temida prisão política de Teerã, foi torturada e condenada à morte. Mas um interrogador se apaixonou por ela e salvou-a do fuzilamento. Nessas memórias, tão terríveis que parecem ficção, Marina faz um relato desconcertante do horror e da ternura vividos entre 1982 e 1984. Por mais de vinte anos, ela tentou esquecer. Foi impossível. "Prisioneira em Teerã" põe fim a seu longo e angustiado silêncio.




Vamos lá: o que eu achei do livro?
Incrível para ser uma biografia;

Como já estamos carecas de saber, o oriente tem lá suas guerras, e Marina tem o azar de cair bem em cima de uma. Agora, uma surpresa foi o relato de sua juventude: como qualquer outra ocidental, com pais, avós, festas, garotos, roupas normais para o padrão ocidental e etc.

A coisa começa a ficar preta no fim da adolescência. Apenas por querer aprender matemática (??) e não os mantras comuns dos governos ditatoriais, Marina tem os holofotes dos contra-revolucionários voltados para si. Logo é prisioneira da mais temida prisão do Irã. Toda sua vida ali é relatada, as torturas, as colegas de cela e suas próprias histórias, o dia a dia, e inclusive sua 'fuga' mais para o final do livro, nas mãos da família de seu não-tão-querido-marido, que providenciam sua libertação. Ainda que ela tenha sido forçada a se casar, e este tenha sido odiado por mim, seu desfecho é surpreendente e tocante, algo que eu pensei que fosse impossível na vida real.

Não vou estragar a surpresa, então leia e verá que concorda comigo.

Ah, sem link de download dessa vez; me desculpem :/


Mil beijinhus e até a próxima!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Especial Paulo Coelho



O Alquimista - Paulo Coelho


O jovem pastor Santiago tem um sonho que se repete. O sonho fala de um tesouro oculto, guardado perto das Pirâmides do Egito. Decidido a seguir seu sonho, o rapaz se depara com os grandes mistérios que acompanham a raça humana desde a sua criação; o Amor, os sinais de Deus, o sonho que cada um de nós precisa seguir na vida.

A peregrinação de Santiago, narrada pelo escritor Paulo Coelho em O alquimista transformou-se num dos maiores fenômenos literários. Caminhando em uma caravana pelo deserto do Saara, ele entra em contato com pessoas e presságios que lhe indicam o caminho a seguir. Entre eles, um misterioso personagem - um Alquimista.

É quem irá ensiná-lo a penetrar na Alma do Mundo, e a receber todas as pistas necessárias para chegar até o tesouro.





Guardado para sempre em um cantinho no meu coração e na minha biblioteca.
Isso é para mostrar o quanto amo O Alquimista, de Paulo Coelho, escrito em apenas 15 dias.

A história, como não podia deixar de ser, passa-se no deserto. Santiago, um pastor da Espanha, acostumado a dormir ao relento e andar quilometros procurando uma de suas ovelhas desgarradas, um belo dia desiste de sua vidinha pacata e até de um casamento com uma bela filha de comerciante para seguir um sonho. Mas não um sonho qualquer, e sim um sonho que repetiu-se, uma novidade na vida do jovem (cuma??). Tal sonho o levou até os desertos africanos, seguindo a rota até as pirâmides do Egito (que para mim já seria um tesouro e tanto).

Logicamente que a primeira coisa que me fez ler esse livro foram as pirâmides na capa (e a indicação da minha irmã, claro). E, logicamente, me apaixonei pelas aventuras e desventuras de Santiago, pelos conhecimentos passados e principalmente pelo amor entre Santiago e a beduína Fátima. Cheio de altos e baixos, surpresas e apreensões, Santiago por fim descobre um tesouro muito maior do que o revelado pelo sonho.

É uma leitura recomendadíssima, linda, memorável e marcante. Muito espiritual, me apresentou a um mundo onde Deus é mais que um pai, é um professor nos ensinando o caminho até a verdadeira felicidade, aquela que quase nunca está bem embaixo de nossos narizes, e sim a aventuras de distancia, exigindo de nós o desejo de querer modificar as nossas vidas e melhor compreender a nós mesmos. Mais além, também recomendo o livro Maktub, ainda de Paulo Coelho, um pequena coletania de contos e frases inspiradoras.

Agora, marcante sim são as citações. Vou colocar aqui algumas, ainda que de cabeça :P
  • "Deus só nos mostra o futuro quando quer que a gente o mude"
  • "Se voce decidir ignorar os sinais, eles ficarão mais fortes e frequentes, e você cada vez mais afetado por eles, mas de uma forma negativa."
  • "Quando você quer alguma coisa, todo o Universo conspira para que você realize o seu desejo"
  • "É justamente a possibilidade de realizar um sonho que torna a vida interessante"
Mil beijinhus e até a próxima!

sábado, 18 de junho de 2011

Nada de romance 2


Amor em Terra de Chamas - Jean P. Sasson



A Corajosa Luta de Joanna do Curdistão

Na obra, a autora, que assina outros sucessos como Mayada e Princesa sultana, conta a impressionante história real de Joanna do Curdistão. Com uma narrativa envolvente, Jean Sasson apresenta a luta dos curdos pela independência, permeada por uma emocionante história de amor vivida durante os sombrios dias da Guerra Irã-Iraque.

Embora o Iraque seja tema recorrente em algumas das principais manchetes de jornais e revistas em todo o mundo, a história do povo curdo e sua luta pela sobrevivência sob o domínio de Saddam Hussein jamais foi contada com tanta sensibilidade. Nesta incrível narrativa, Jean Sasson revela para o leitor uma personagem real e forte, que enfrenta as rígidas regras sociais de seu povo para viver intensamente uma história de amor pelo Curdistão e pelo guerrilheiro com quem se casa.

Criada em Bagdá pelos pais, um iraquiano árabe e uma curda, Joanna al-Askari teve uma infância cheia de medo e insegurança sob o brutal regime do partido Baath, de Saddam, intercalada por alegres verões com a família no Curdistão. Ainda menina, ela sonhava com o dia que se apaixonaria por um guerreiro curdo com o qual se casaria e com quem lutaria pela liberdade do Curdistão. Aos 15 anos, seus sonhos se tornam realidade, ela conhece um guerreiro curdo genuíno e, neste momento, se inicia uma emocionante história de amor tão envolvente e movimentada quanto a luta dos curdos pela independência.

Jean Sasson conta toda a história de Joanna desde sua tenra infância até os dias mais escuros da Guerra Irã-Iraque que sucederam seu casamento com Sarbast, um atuante peshmerga, com quem seguiu para a luta no Curdistão. Cegueira temporária decorrente de um ataque químico, bombardeios noturnos, interrogações da polícia secreta, prisões infernais, incluindo o resgate de uma parente desaparecida de um dos campos de refugiados na fronteira do Irã, foram algumas das muitas adversidades enfrentadas por Joanna, que em nenhum momento desistiu de lutar por seus ideais.

Através do olhar de Joanna, em Amor em terra de chamas, o mundo dos curdos ganha vida. Da beleza estonteante das montanhas e flores coloridas que adornam a paisagem às festas, canções e danças, enfim, tudo desperta um interesse no leitor em saber sobre os costumes, tradições e dia-a dia de um povo que vive tão distante do propagado universo cosmopolita ocidental. No livro, Jean expõe um cativante retrato de uma terra fascinante e de uma cultura encantadora. Envolvente e inspirador, o relato de Joanna sobre tragédia e triunfo é um emocionante atestado do poder do amor, da força do espírito humano e de uma vontade inabalável de vencer, apesar de todas as contrariedades.




Vinda do maior povo sem pátria do mundo, Joanna sempre soube que seria uma lutadora. Tal fato é um dos que mais chamam a atenção nesse livro. Diferente das mocinhas românticas e fictícias, Joanna sabe o que quer e corre atrás, mas não é destemida ou insensível aos golpes que irá sofrer. É uma pessoa como outra qualquer. A arte pode tentar imitar a vida, porém nunca conseguirá a perfeição da realidade.

A determinação de Joanna é tão grande que ela acaba se apaixonando e se casando com um guerrilheiro curdo, largando tudo para seguí-lo até os acampamentos de guerrilha espalhados por montanhas quase intransponíveis. Ali, passa anos ao lado do marido, vencendo a agustia de quando ele partia para a frente de batalha, escorpiões, ataques de gás, e finalmente a fuga para que seus filhos pudessem ter uma vida melhor.

A história dessa grande mulher é contada em detalhes, desde a infância até a liberdade no ocidente; é emocionante do começo ao fim, fazendo uma legião de torcedores e fãs pelo mundo.

É uma leitura recomendadíssima, quem sabe obrigatória, e o livro ainda vem com um punhado fotos para que possamos conhecer os personagens dessa incrível história.

Boa leitura!


Mil beijinhus e até a próxima!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Fora do Oriente...


Vozes da África - Elizabeth Lane



Nas florestas e savanas selvagens do Quênia, eles arriscaram suas vidas por um grande amor!

Meg MacKenna saiu da Escócia e aventurou-se no Quênia, à procura do marido que a abandonara. Ela queria o divórcio, pois pretendia casar-se de novo e, assim, garantir o futuro de sua pequena Jenny.

Cameron MacKenna não via a esposa, Meg, havia quatro anos, e jamais pusera os olhos na filha. De repente, viu-se ameaçado de perdê-las para sempre: traficantes de escravos raptaram Jenny para vendê-la! E Meg foi enfrentar sozinha os perigos de uma terra primitiva para encontrar a filha. No entanto, mesmo que Cameron conseguisse salvá-las, iria suportar vê-las partir de volta para casa, ao encontro de outro homem?





Desculpem amantes de sheiks, mas não tinha como eu deixar esse livro de fora.

Meu primeiro livro de Elizabeth Lane foi um verdadeiro achado! Não esperava uma história tão boa; me prendeu totalmente e foi um tortura ter que ir para a escola, onde eu não poderia lê-lo. O romance dos dois é lindo; ela é apaixonada por ele, que não a nota por ser apenas uma 'criança', como ele diz. Mas os dois se casam, pois ela fica grávida. Logo após ele parte para a África. Anos depois, Meg e a filha partem a sua procura, no que a menina acaba sequestrada para ser vendida no mercado de escravos. É ou não um prato cheio?

E transborda! As cenas da reconciliação dos dois é simplesmente indescritível, me marcou para sempre. E a luta para reaver a menina é de prender o folego. Além disso, Lane descreve em detalhes muitas informações sobre a África, como manadas de elefantes, caçadores de marfim (Lembrando: diga não ao marfim!), 'fabricas' de eunucos e muito mais!

Vou guardar essa história para sempre! É tão boa, que me fez ler os outros livros da autora; infelizmente, nenhum se compara. Ou talvez um ou dois, que postarei aqui mais tarde.

Com vocês, o link para download:




Mil beijinhus e até a próxima!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Nada de Romance

Papo sério agora: A trilogia da princesa, relatos transformados em livros pelas mãos de Jean P. Sasson, uma mulher americana que trabalhou anos na Arábia Saudita, um dos países árabes mais conservadores do mundo.

Em suas palavras, Sasson descreve em detalhes a vida de um membro da realeza árabe, chamada de Sultana para evitar represálias à sua família. Juntas, quebram verdadeiros tabus e sem medir palavras, põem no papel a realidade das mulheres árabes, parentes e amigas de Sultana. Ao longo da trilogia, os fatos ficam cada vez mais revoltante, e a minha reação foi de querer realmente entrar dentro do livro e ajudar Sultana contra os horrores causados às mulheres de seu país.

Para ter uma ideia vaga, e aviso que será chocante, então pode pular para o próximo parágrafo se quiser, somos apresentadas a um verdadeiro harém do século 20, constituídos de meninas vendidas pelas suas famílias pobres; mulheres que prostituem as próprias filhas, ainda crianças, para ricos e sórdidos homens árabes (o pior que o país pode oferecer); casamentos forçados, muitas vezes a única saída encontrada pela mulher é o suicídio; e mutilações horríveis que causam dores profundas, tanto física quando emocionalmente nas mulheres, obrigadas a carregá-las em silencio por toda a vida; além de um infindável preconceito contra o nosso sexo (digo, o meu; se algum homem ler isso, peço que me desculpe :P). E o pior de tudo, todos os atos repugnantes e que vão de encontro direto aos direitos humanos, possuem total respaldo da lei de seus países; uma vergonha para toda a humanidade.

Já deu para sentir minha indignação para com o assunto, certo? Pois me sinto assim mesmo, com vontade de arrancar algumas cabeça. E tudo que posso fazer é apenas rezar, e esperar que isso tenha fim um dia.

Bem diferente da Sultana. Nos livros, você acompanhará toda a sua luta contraos costumes do país que ela chama de 'lar'. Aproveitem; vale a pena ler e conhecer o real mundo árabe.


Sultana, A Vida de uma Princesa Árabe - Jean P. Sasson


Sob o pseudóimo de Sultana, uma princesa saudita aceitou, arriscando a vida, relatar todos os horrores, tragédias e humilhações a que, no século XXI, continuam a ser submetidas as mulheres nas sociedades mais retrógradas do mundo árabe. Utilizando nomes diferentes e alterando certos pormenores de alguns acontecimentos, para proteger as pessoas envolvidas, Sultana descreve neste impressionante testemunho a incrível multiplicidade de actos tirânicos e bárbaros ditados por um obscurantismo implacável que promove a poligamia, dá ao homem o poder de castigar cruelmente qualquer mulher e incentiva os casamentos forçados, as mutilações e a violência sexual, as execuções por apedrejamento ou por afogamento... Testemunho real de uma mulher de grande coragem, Sultana é um retrato esclarecedor da dura realidade da condição feminina num mundo dominado pelo fanatismo religioso.

Contudo, também poderemos desmistificar os inúmeros estereótipos negativos, que se têm, com relação ao povo árabe. Quem ler este livro não poderá deixar de compreender que, tal com em qualquer país do mundo, existem coisas boas e más. Nós ocidentais ouvimos falar só mal da Arábia Saudita, mas apesar do costumes bárbaros que, cruelmente limitam a liberdade da mulher, existem muitas árabes como Sultana, merecedoras de respeito e admiração pela luta contra anos de opressão.







As filhas da Princesa - Jean P. Sasson


Sultana fala-nos das suas duas filhas: uma que se atreveu a ter uma relação proibida, com outra mulher; a segunda que se tornou uma religiosa fanática, disposta a destruir tudo aquilo por que a mãe lutou.

Como pano de fundo, a terrível realidade das mulheres que a cercam – sujeitas à circuncisão feminina, vendidas como concubinas, forçadas a casamentos forçados ainda na puberdade, e legalmente violadas ou mesmo assassinadas pelos maridos.

As Filhas da Princesa Sultana constitui assim um documento fascinante sobre um mundo que lamentavelmente ainda existe, não muito longe de nós, neste final do século XX.z






Princesa Sultana, Sua Vida Sua Luta - Jean P. Sasson


Impressionante e comovente, este volume completa a Trilogia da Princesa, em que a escritora Jean P. Sasson registra o depoimento de uma nobre árabe que se esconde sob o pseudônimo de Sultana. Os nomes dos protagonistas da história foram trocados, mas os acontecimentos são rigorosamente reais, revelando as atrocidades cometidas contra as mulheres sob o olhar complacente do clero e das autoridades políticas da Arábia Saudita.

Aqui Sultana revê um momento decisivo de sua vida, quando quase sucumbiu à depressão e ao alcoolismo. Ao seu redor, desenrolavam-se situações dramáticas: entre muitos outros acontecimentos, ela vê sua sobrinha ser dada em casamento a um homem de sórdido passado; descobre que o primo mantém adolescentes presas num harém; assiste à brutal execução de duas mulheres sob acusações levianas. Cenas de horror como essas acabam por arrancar a Princesa Sultana do torpor e a fazem assumir seu compromisso pela dignidade feminina no mundo árabe - um papel que ela desempenha corajosamente até os dias de hoje.





Classificação da trilogia:



Mil beijinhus e até a próxima!